quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A volta de "Conan - o Bárbaro"

Desde sua primeira aparição no conto “A Fênix na Espada”, em 1932, o guerreiro Conan foi protagonista de uma variedade de histórias em diferentes tipos de mídia, com destaque para os quadrinhos desenhados por Frank Frazetta a partir da década de 1960. Dessas versões, curiosamente as que mais se afastam da criação original do escritor Robert E. Howard são os filmes protagonizados por Arnold Schwarzenegger em 1982 e 1984. O personagem ganha mais uma chance agora, com este novo “Conan – o Bárbaro”.
Não se trata, portanto, de uma sequência ou refilmagem. O novo Conan objetiva ser uma abordagem distinta, próxima da escrita por Robert E. Howard: deixa de ser um brucutu e ganha novas habilidades, mais esperto e estrategista que a encarnação de Schwarzenegger. O visual também está parecido com aquele dos quadrinhos, reforçado pela experiência do ator Jason Momoa em personagens do gênero – ele também é o brutal Khal Drogo da série “Game of Thrones”.
A preocupação com a fidelidade, contudo, deve ser vista com reticência. Se o Conan dirigido por John Millus em meados dos anos 80 pecava na composição do personagem, pelo menos visualmente e tematicamente se aproximava da composição de Howard. Já este novo Conan, agora sob regência de superestimado Marcus Nispel (queridinho de Hollywood depois das bem-sucedidas refilmagens de “Massacre da Serra Elétrica” e “Sexta-Feira 13”), flerta com um estilo mais próximo do “300” de Zack Snyder.
Os fãs esperam menos câmeras lentas e sangueira gratuita. Reviver um personagem mítico exigiria um comando mais experiente, não um diretor cuja carreira ganhou fôlego a partir de refilmagens genéricas. “Conan – o Bárbaro” pode ser o início de uma bela franquia – e o sucesso da já citada “Game of Thrones” mostra como há um público ávido por este tipo de produção. Basta fazê-la com cuidado e respeito aos elementos que consagraram o produto original.

Nenhum comentário:

Postar um comentário