quarta-feira, 13 de julho de 2011

Todos os Homens de George W. Bush

Thriller político "Jogo de Poder" é lançado em DVD

"Todos os Homens do Presidente” continua como referência obrigatória para qualquer thriller político, mesmo 35 anos depois de seu lançamento. “Jogo de Poder” faz parte desse grupo, com os pontos positivos e negativos advindos dessa comparação. Mas tem como trunfo a dissecação de fatos obscuros ocorridos durante a administração de George W. Bush nos EUA, um fato recente e que encontra eco no público já calejado de denúncias contra o ex-presidente norte-americano.

O mote, mais uma vez, se concentra na malfada investida contra o Iraque iniciada em 2003 – situação explorada tanto em filmes de ação como “Zona Verde” quanto documentários como “Fahrenheit 11 de Setembro”. Em “Jogo de Poder”, o foco está nos bastidores das investigações sobre o suposto armazenamento de armamentos nucleares por Saddam Hussein.

Os personagens centrais dessa busca são Valerie Plame (Naomi Watts), agente da CIA responsável pela divisão contra a proliferação de armas de destruição em massa, e seu marido Joseph Wilson (Sean Penn), um diplomata de Washington incluído na investigação devido a sua experiência com trabalhos do gênero. Em pouco tempo, ambos percebem que não há qualquer indício de tais armas estarem escondidas no Iraque, e tentam impedir o início da guerra. Logo, descobrem que o motivo da invasão das tropas americanas e bem menos nobre.

O diretor Doug Liman, mais lembrado por filmes de ação na linha de “A Identidade Bourne”, “Sr. e Sra. Smith” e “Jump”, assume aqui sua produção mais séria, praticamente sem espaço para as cenas aceleradas que marcaram sua carreira. Conta com o trabalho respeitável do casal de protagonistas, eficiente na transição de seus personagens que passam da segurança necessária de seus cargos até a situação-limite em verem suas vidas desmoronadas por questões políticas.

Com essa cara de “filme de Oscar”, “Jogo de Poder” é prejudicado justamente pelo pouco impacto que causou em seu país de origem. No Brasil, apesar do interesse de uma parcela do público pelo tema, a situação fica ainda mais difícil, principalmente pelo excesso de didatismo em apresentar os fatos. É eficiente, mas, para cair novamente na comparação, não tem a mesma força que “Todos os Homens do Presidente” mantém depois de três décadas.

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