quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Em DVD, o repetitivo "Se Beber, Não Case - Parte II"

Substitua a luxuosa Las Vegas pela exótica Bangcoc, um recém-nascido por um monge budista e o dente arrancado por uma tatuagem à lá Mike Tyson: está pronta a fórmula de “Se Beber, Não Case! – Parte II”, sequência da genial comédia de 2009 que deu início a franquia mais rentável do humor na atualidade. Pena que a continuação caia no lugar comum de apenas repetir as ideias do primeiro filme e exagere na grosseria, causando muito mais constrangimento do que risadas.
A premissa também é bastante similar. Depois da noite de farra na Cidade do Pecado na despedida de solteiro de Doug (Justin Bartha), Phil (Bradley Cooper), Alan (Zach Galifianakis) e Stu (Ed Helms) estão na Tailândia para o casamento desse último. Para não terem mais um ataque de euforia, os quatro amigos decidem fazer apenas um luau na praia – claro, a ideia não dá certo e no dia seguinte lá estão eles num hotel vagabundo no centro de Bangcoc, sem memória e sem a mínima ideia do paradeiro do cunhado de Stu.
Até aí, nenhum problema. Repetir o ponto de partida da trama original é até uma zona de segurança, como se o diretor Todd Phillips quisesse entregar justamente aquilo que o público deseja, sem correr grandes riscos. Mas o excesso de zelo fica com cara de piada requentada quando as situações do primeiro “Se Beber, Não Case!” reaparecem exaustivamente, até na mesma ordem e sem a mesma graça.
Há ainda de se lamentar a mudança de Alan, de longe o melhor personagem da série. De um doido excêntrico e infantil ele passa a ser digno de pena, como se tivesse algum retardo mental incompreendido pelos amigos. Por outro lado, Stu aqui ganha mais destaque e seu desespero ao perceber que o cunhado pode estar em perigo garante uns poucos momentos divertidos no longa-metragem.
Trocando o humor físico por algumas cenas até violentas, sinal da ânsia de Todd Phillips em ampliar as situações inusitadas do primeiro filme, “Se Beber, Não Case! – Parte II” tem na previsibilidade seu maior problema. Em determinado problema, um personagem diz não acreditar “que está acontecendo tudo de novo”. Pois é, eu também não.

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